Metaverso educacional: da Amazônia para o mundo com a Inteceleri

Publicado por
Felipe Campos

Aluno de Ciência da Computação e bolsista PROEX do FacompCast

Que a educação transforma vidas e torna realidades muito mais palatáveis, todos sabemos. Mas e se pudessemos transformar vidas desde a infância de um jeito lúdico e voltado a sustentabilidade? Bom, tu não precisas mais imaginar porque no primeiro episódio da nova temporada do FacompCast, te contamos tudo isso e muito mais. Felipe Campos e Victor Hugo Santiago receberam Walter Júnior, CEO e Fundador da Inteceleri, para contar um pouco mais sobre a trajetória dessa edutech que está mudando o jogo na Amazônia (agora também na Europa e África), assim como um pouco mais sobre o ecossistema educacional criado pela companhia, baseado em inteligência artificial e no metaverso.

A Inteceleri começou em 2014 de uma dificuldade que uma das nossas sobrinhas tinha em aprender matemática básica. Nós já estávamos na universidade também e notamos ainda uma grande dificuldade de alunos com cálculo nas engenharias e cursos das áreas de exatas. […] Chegamos a conclusão que era preciso desconstruir esse histórico ruim [da matemática] vindo do ensino fundamental. […] Menos de um ano depois, tínhamos mais de 100 mil downloads do Matematicando.

Walter Júnior
O ecossistema de educação da Inteceleri

Tudo começa na versão física do Matematcando, lançada em 2010. De lá para cá, a edutech investiu em uma versão digital do livro que fez sucesso, gameficando a abordagem. Mas a empresa está expandido seu leque de operações para o Metaverso, que inicialmente foi planejado para ser uma nova forma de entretenimento, mas que pode ser usando para aplicar e exemplificar conceitos teóricos de geometria de maneira mais didática, demonstrando teoria na prática, segundo Walter.
Contudo, a abordagem pensada pela Inteceleri necessita também de um complemento: uma forma de visualizar todo os cenários propostos pelo GeoMeta. E é nesse sentido que surge o MiritiBoard VR, o óculos de realidade virtual desenvolvido pela empresa dentro do PCT Guamá. O diferencial de ambos é que, mesmo em ambientes remotos, onde a conectividade de internet é ruim ou nula, os alunos também podem ser beneficiados das tecnologias, através dos Laboratórios Makers, com 40 MitritiBoard VRs e 40 smartphones, prontos para rodar localmente uma versão com mais de mil cenários para professores e alunos aprenderem. Juntos, o óculos VR e os apps GeoMeta e Matematicando fornecem um amplo e poderoso ecossistema de ensino, baseado em tecnologia e respeito ao meio ambiente.

Parcerias que alavancaram o negócio do Brasil a além-mar

O Matematicando, para além de solucionar o problema do ensino de matemática para crianças e jovens, também abriu portas para a Inteceleri, mais precisamente em Montain View, onde fica a sede da Google. Desde 2014, a edutech é a única parceira do Google no Norte para a educação (Selo Google for Education), se beneficiando de trocas e mentorias que os estadounidenses desenvolvem para alavancar o negócio e aumentar ainda mais o impacto social da empresa. Foi através dessa parceria que a Inteceleri começou sua expansão internacional, estando presente agora em países como Portugal e Moçambique, este último com uma ação mais filantrópica.
Mas Júnior, durante o episódio, destacou que a expansão internacional é importante, mas é ainda mais importante fazer com que a startup chegue a todos os estados da Amazônia.

MiritiBoard VR e Emmanuel Macron

Mesmo com todo o sucesso do Matematicando e GeoMeta, a atual estrela da casa na edutech não é software, mas sim hardware: o MiritiBoard VR, um óculos de realidade virtual 100% sustentável, montado a partir das fibras do miriti, uma palmeira típica da Amazônia e muito tradicional durante os festejos do Círio de Nazaré. Através de uma parceria com a Aliança Francesa em Belém, que já usava os óculos desde 2021 como auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, o produto chegou até o Palácio de Versalhes, residência oficial do Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, que ficou muito admirado com a invenção pensada dentro do PCT Guamá, onde a Inteceleri está instalada. O material do óculos é extraído em Abaetetuba, próximo a Belém e é produzido junto as comunidades locais.

Emmanuel Macron com MiritiBoard VR na mão
Foto: Divulgação / Aliança Francesa

Hoje, o MiritiBoard VR é construído nas comunidades locais, dentro da floresta. Mais especificamente em Abaetetuba, sob nossa liderança. [O processo] começa desde a captura até a montagem final, feita pelas mulheres das comunidades. Estamos criando uma economia circular e inclusão digital.

Walter Júnior

Episódio já disponível

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Conheça mais sobre o convidado

Walter Júnior: CEO e fundador da Inteceleri, uma startup de tecnologia para educação que desenvolve soluções inovadoras para o ensino e aprendizado de matemática, com mais de 10 anos de experiência no mercado. usando atividades neurolinguísticas, cromoterápicas e gamificadas para estimular o raciocínio lógico, a criatividade e a interação dos alunos. Além de empreendedor, é professor de Gestão de Tecnologia da Informação na UFPA, doutorando e mestre em Computação Aplicada, com foco em Matemática Computacional e Aplicada. Apaixonado por EdTech, GovTech e Metaverso, busca sempre se atualizar e compartilhar conhecimentos nessas áreas..
Foto: Alex Ribeiro / Agência Pará

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