Quando pensamos em Interação Humano-Computador (IHC), é comum que o primeiro lampejo esteja relacionado a algo como “avaliar telas”. Mas ele está completamente errado. Por óbvio, isso também faz parte do processo de construção de qualquer sistema baseado em software, porém, ele está muito aquém de todas as possibilidades que a IHC pode oferecer para tornar uma computação melhor e mais inclusiva, que possua todos como alvo. Pensando nisso, Felipe Campos recebeu Marcelle Mota, coordenadora do Laboratório de Interação Humana em Tecnologia (HIT/UFPA) e Gustavo Rodrigues, discente de ciência da computação e bolsista de iniciação científica no mesmo laboratório para conversar mais sobre a área e os benefícios da PIBIC no último FacompCast da terceira temporada: o episódio 29. Em pouco mais de 45 minutos, Felipe, Marcelle e Gustavo passaram por muitas áreas, dando um overview geral do que é a IHC e seus impactos: desde a construção de sistemas computacionais baseados em experiências melhores para pessoas com baixo letramento digital, disciplina na pesquisa acadêmica e até mesmo como a psicologia pode contribuir para telas e aplicativos mais acessíveis. Marcelle Mota definiu assim a área que ela representa tão bem na UFPA:
O principal objetivo [da IHC] é estudar tudo que existe, desde o processo de criação do software, do aplicativo, do sistema computacional até a entrega para o usuário. Todo o processo tá envolvido. Não é só avaliar, é participar da construção como um todo.
Marcelle Mota, coordenadora HIT/UFPA
A importância da pesquisa na formação acadêmica
O Programa de Iniciação e Bolsas Científicas (PIBIC) na UFPA é a porta de entrada de muitos estudantes para o mundo da pesquisa acadêmica. Mas, às vezes, essa porta pode ser aberta um pouco “tarde” para alguns alunos, como o caso do Gustavo, que entrou no programa quase próximo ao fim da sua graduação. Por mais que não exista um tempo ou período exato para entrar nos programas ofertados pela UFPA, ainda é comum que se pense que apenas calouros podem ser PIBIC – o que não é verdade.
Mas para além da entrada, Gustavo destacou algo importante: a contribuição que a PIBIC e a pesquisa acadêmica podem trazer, não só para a carreira de discentes na universidade, mas para a carreira profissional também: disciplina. Assim como Gustavo Pinto e outros professores que passaram pelo FacompCast mencionaram, a ato de participar de pesquisas acadêmicas trás, para muitos, mais seriedade no manejo do tempo e responsabilidades. Afinal, tempo que passa é tempo perdido e que nunca mais voltará. Quando perguntado, Gustavo Rodrigues resumiu assim sua experiência da PIBIC:
Eu acho que, principalmente, como essa experiência de PIBIC e laboratório mudaram a minha vida, eu posso dizer sem sombra de dúvidas: disciplina. Eu tinha dificuldade em ter compromisso com as coisas. Então a PIBIC chegou em mim e acabou me ajudando. […] Eu me tornei uma pessoa mais disciplinada.
Gustavo Rodrigues, discente CBCC
Episódio já disponível
O FacompCast #29 já está disponível nas principais plataformas de áudio, incluindo Spotify, Deezer, Apple Podcasts e Amazon Music. Não esqueça também de seguir o programa em outras redes: @facompcast no Twitter, Instagram e TikTok
Conheça os convidados
Marcelle Motta: possui Bacharelado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Pará (UFPA), finalizado em 2007, mestrado em Ciência da Computação pela UFPA finalizado em 2010 na área de informática educativa e doutorado em Ciências – Informática na área de Interação Humano-Computador (IHC) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), finalizado em 2014. Marcelle foi representante do Capítulo Brasileiro da ACM SIGCHI (BR-CHI) no biênio 2019-2021. Atualmente é professora Adjunta III e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação, na UFPA. É representante institucional da UFPA junto a Sociedade Brasileira de Computação (SBC), coordenadora da Comissão Especial de IHC da SBC (CEIHC), coeditora da área de IHC na Journal on Interactive Systems (JIS-SBC).
Gustavo Rodrigues: discente do curso de bacharelado em Ciência da Computação da Universidade Federal do Pará (UFPA Belém); já foi estagiário na Empresa de Processamento de Dados do Estado do Pará (PRODEPA) como desenvolvedor front-end e atualmente é bolsista PIBIC no Laboratório Human Interaction in Technology (HIT), também na UFPA, com pesquisa voltada a como as redes sociais estão mudando e o impacto delas na vida cotidiana.
